Em reunião realizada na quinta-feira, 17, o governo sondou líderes da base na Câmara dos Deputados sobre a possibilidade de legalizar jogos de azar. A justificativa, segundo deputados que participaram do encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, seria a possibilidade de aumento na arrecadação por meio de taxas. A estimativa é de que a liberação de bingos, cassinos, entre outros jogos, possa render anualmente até R$ 15 bilhões ao governo.
O tema foi apresentado à presidente no início da semana por senadores, que propunham inicialmente a liberação dos jogos pela internet. No entanto, a possibilidade apresentada aos deputados inclui a ideia de legalização de bingos e cassinos.
De acordo com o líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte, Dilma consultou os presentes à reunião para saber a impressão de cada um. A medida poderia ser um incremento de arrecadação de tributos para o governo, que vive situação fiscal difícil.
“Hoje, quem quer jogar, joga na internet e os recursos vão para fora do país”, disse o deputado.
Também participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Comunicações, Ricardo Berzoini, além do assessor especial da Presidência, Giles Azevedo.
Segundo o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL), os ministros e a presidente evitaram se posicionar oficialmente sobre a proposta. “O que fizeram foi uma consulta”, afirmou.
Na conversa, os deputados se comprometeram a consultar suas bases. Um retorno sobre a questão será apresentado na segunda-feira, 21, em reunião com Berzoini, que está atuando na articulação do Palácio do Planalto com o Congresso.
Lessa é favorável à ideia por acreditar que pode trazer recursos ao país e desenvolver o turismo. O deputado é autor de um dos projetos sobre o tema que tramitam na Casa. A proposta de 2008, que nunca foi votada, trata da legalização de cassinos e hotéis cassinos, além de definir critérios para exploração do “jogo do bicho”.