A presidente Dilma Rousseff embarcou na manhã de ontem,5, para São Paulo onde foi se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sexta-feira, 4, a presidente telefonou para Lula e disse estar solidária com o ex-presidente, que foi conduzido coercitivamente na Polícia Federal no âmbito da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Em nota divulgada, Dilma disse estar inconformada com a condução coercitiva do ex-presidente. “Manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante as autoridades competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento”, diz a nota. Mais tarde, a presidenta fez um pronunciamento em que reafirmou o teor da nota.
Em entrevista ao programa Repórter Brasil, da TV Brasil, o jurista Walter Maierovitch considerou ilegal a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento sexta-feira, 4, à Polícia Federal, em São Paulo, nas investigações da Operação Lava Jato. Para o jurista, “hoje vivemos num quadro mais emocional do que jurídico”.
O jurista comentou a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, que negou nessa sexta-feira,4, pedido da defesa do ex-presidente para suspender as investigações da 24ª fase da Operação Lava Jato. Na decisão, a ministra entendeu que não há “ilegalidade irrefutável nas investigações” para concessão de uma liminar que interfira nas autonomias dos trabalhos do Ministério Público.
“A questão toda que é apresentada pelo ex-presidente Lula, por meio dos seus advogados, ainda vai ser decidida. Ainda não temos nada. O que ela [a ministra Rosa Weber] analisa é formal, com relação à liminar, se deve ou não, se há irreparabilidade de dano. Ela não mergulhou no assunto, no conflito de atribuição”, disse Maierovitch.