Uma equipe de engenheiros da Polícia Científica de São Paulo foi acionada e deve ir a Agudos (SP) para ajudar na perícia que deve apontar as causas do desabamento do telhado na Escola Municipal Diomira Napoleone Paschoal. A expectativa é que a equipe chegue na cidade ainda na manhã desta quinta-feira (19).

Vinte pessoas ficaram feridas, sendo 16 crianças e quatro adultos, após a queda do telhado sobre o refeitório na manhã de quarta-feira (18). Dois adultos permanecem internados em um hospital de Bauru para o tratamento de fraturas e o estado de saúde deles é estável.

A Polícia Civil abriu um inquérito de lesão corporal e vai investigar o caso. Além da Polícia Científica, a prefeitura informou que acionou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas para ajudar nas investigações das causas do desabamento e avaliar as condições do prédio.

Durante todo o dia a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estiveram no local do acidente retirando os escombros, que foram levados para um local de armazenamento de materiais recicláveis, e fazendo o isolamento da área.

Como ainda há riscos, a rua lateral da escola permanece interditada. O local, que também abriga a Secretaria de Educação e Cultura, ainda oferece risco porque possui uma parede extensa que fica ao lado da creche e há suspeita que sua estrutura tenha sido afetada.

A prefeitura também deve informar nesta quinta-feira para onde as 130 crianças, que têm entre seis meses e 3 anos, devem ser transferidas enquanto os trabalhos de investigação e perícia no prédio são realizados. A prefeitura informou que a expectativa é que nesta sexta-feira (20), os pais já tenham o local para levar os filhos.

Resgate
Antes da chegada do Corpo de Bombeiros e das ambulâncias muitas pessoas que trabalham e moram próximas da escola ajudaram no resgate das crianças. O motorista Cícero Thiede disse que foi uma questão de segundos, ouviu o barulho e depois a poeira encobriu a escola.

“Eu consegui tirar duas crianças e depois uma professora do meio dos escombros. Ela estava bastante machucada”, lembra.

O Bruno Alves trabalha em uma academia que fica em frente à escola e também correu para ajudar. “Tinha muita poeira, crianças gritando, as professoras foram as verdadeiras heroínas. Mesmo machucadas, elas queriam sair debaixo dos escombros para ajudar a tirar as crianças. O pessoal dos bombeiros que impediram, porque estava muito perigoso”, conta o personal trainer.

Os feridos foram levados para a Unidade de Pronto-atendimento e também para o posto de saúde. Uma força tarefa de médicos e enfermeiros do hospital da cidade também auxiliaram no atendimento. Dezoito dos 20 feridos receberam alta horas depois do desabamento ainda na quarta-feira.

Para os pais e familiares das crianças o desabamento não foi um acidente. Segundo eles, vários alertas foram emitidos para a prefeitura sobre as precárias condições do prédio.

“A prefeitura já tinha sido avisada que a escola estava com problemas, mas ninguém tomou providência. Teve de acontecer essa tragédia pra ver se ele [prefeito] faz alguma coisa”, afirma Claudineia Gregório, avó de uma das crianças feridas no acidente.

Até mesmo um requerimento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores na sessão da Câmara do dia 2 de abril pedindo laudos técnicos para atestar as condições do local. O prefeito Altair Francisco Silva (PRB) negou em entrevista à TV TEM ter recebido o requerimento.