Pela primeira vez na sua história política, a Costa Rica terá uma mulher na Presidência da República. Aliada e sucessora política do ex-presidente Óscar Arias Sánchez, escolhido Prêmio Nobel em 1987, Laura Chinchilla foi eleita ontem (7). Os últimos dados oficiais indicam que ela obteve 48,7% dos votos. O segundo colocado, Ottón Solís conseguiu 22,5%, e o último, Otto Guevara, ficou com 21,3%. Houve abstenção de 33% em um universo de 2,8 milhões de eleitores.
Com o apoio de Óscar Arias Sánchez, que recebeu o Prêmio Nobel por sua atuação pela busca de um acordo durante o conflito entre Nicarágua e El Salvador, Laura Chinchilla fez campanha prometendo diálogo, segurança, desenvolvimento social e independência. Também disse que dará prioridade ao combate ao narcotráfico e à Previdência pública com foco nos aposentados e idosos.
A presidente eleita manteve o discurso depois de revelada sua vitória. Com um perfil político associado à ideologia de esquerda, ela tem posições conservadoras sobre temas, como a liberação do aborto e o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. É ligada aos movimentos religiosos.
Os demais candidatos levantaram suspeitas, durante a campanha presidencial, sobre a independência do governo de Chinchila em relação à influência de Arias. Ex-assessora direta dele, ela reitera que será independente e que seu governo manterá “portas abertas” numa referência de que estará disposta a negociar e ouvir.
Até o dia das eleições, ontem (7), as pesquisas de opinião mostraram vantagem para Chinchilla. Nelas, a presidente eleita, do Partido Libertação Nacional (PLN), contava com 41,9% das intenções de votos, seguida por Guevara, do Movimento Libertário (ML), com 22,9%, e por Otto Solís, do Partido Ação Cidadã (PAC), que teria 19,9%.
Cerca de 200 observadores estrangeiros acompanharam as eleições realizadas ontem na Costa Rica.
Também foram eleitos 57 deputados e 81 governantes municipais. De acordo com a Justiça Eleitoral do país, não houve incidentes no período de votação – das 6h às 18h.