A Marinha chilena reconheceu nesta quarta-feira (3) não ter emitido alerta de tsunami depois que um dos terremotos mais fortes da história atingiu o país. Segundo um documento obtido pelo jornal “El Mercurio”, a Marinha subestimou os riscos de ondas gigantes após identificar que foi em terra, e não no mar, o epicentro do tremor de magnitude 8,8 que castigou duramente a costa do centro e sul do Chile na madrugada de sábado.
Depois do sismo, ondas de até 15 metros arrasaram cidades costeiras, ilhas e portos. Em algumas zonas, a água avançou mais de 2 quilômetros terra adentro, causando a morte de centenas de pessoas.
Até o início da tarde desta quarta, as autoridades chilenas estimaram em ao menos 799 os mortos pelo terremoto e tsunami que sacudiram a área central e sul do Chile no sábado.
“A presidente ligou para ver se manteria ou não o alerta. Nós fomos pouco claros na informação que passamos”, admitiu o almirante-chefe da Marinha do Chile, Edmundo González.
Segundo documento da Marinha obtido pelo “El Mercurio”, os generais informaram à presidente chilena que “o epicentro do terremoto estava em terra, logo, não deveria haver um tsunami”. Esse foi o documento que serviu de base para Bachelet decidir sobre o alerta.
“Digo com toda a honestidade: lamentamos muito, mas a verdade é que a situação foi assim”, afirmou ao jornal o almirante González.
O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, criticou o atual governo. “Quando esse terremoto ocorre em um epicentro muito perto da borda do mar, podemos antecipar rapidamente algumas coisas. Primeiro, que havía grave perigo de tsunami (…) O que um governo deve fazer é se antecipar aos problemas.”
Com informações da UOL.