Dez dias depois do maior terremoto ocorrido no Chile nos últimos 50 anos, o país tenta retomar a normalidade. Mas os sinais de destruição estão em toda parte – da capital, Santiago, ao Sul. No aeroporto internacional, os principais serviços, como segurança e aduana, foram transferidos para tendas de emergência.
Os prédios do aeroporto foram fechados, porque os tetos despencaram e o sistema de controle dos elevadores parou de funcionar. A previsão é que somente em um mês seja normalizado o funcionamento.
O terremoto do último dia 27, que atingiu 8,8 graus na escala Richter, e os demais tremores de terra e tsunamis deixaram rastros por toda parte. Na chegada ao Aeroporto de Santiago, os passageiros identificam as bagagens e entram nas tendas para a apresentar documentos. Os cães farejadores revistam as bagagens, enquanto os funcionários da segurança e aduana analisam a documentação.
A apreensão dos chilenos que estavam foram do país no momento dos abalos é visível. Eles perguntam para os comissários de bordo detalhes sobre os efeitos dos tremores e tsunamis e se calam a cada resposta. Há poucas conversas e os telefonemas são feitos assim que autorizados.
No aeroporto, o sistema de informática foi momentaneamente substituído pelo uso de notebooks. Apenas 60% do aeroporto estão em operação. Mas os principais voos oriundos de outros países foram mantidos, embora com atrasos e lotação máxima.
“A vida aqui não está fácil. Mas está bem pior no Sul e na região costeira. Seguimos lutando e nos ajudando”, afirmou o motorista de táxi Roberto Carlos Cacella. “Estão [os funcionários do governo] tentando facilitar nossa vida para o pagamento de taxas e impostos. Mas é muito doloroso ver tanta destruição.”
Em Santiago, nas pistas que ligam o aeroporto ao centro da cidade foram abertas fendas profundas e extensas, que estão sendo consertadas. Segundo o taxista, caíram pontes e passarelas. Os carros que passavam pelos locais despencaram, mas não houve mortos nem feridos nesses acidentes.