O Pentágono tornou mais difícil a expulsão de militares gays de suas Forças Armadas apenas por causa de sua sexualidade com medidas anunciadas nesta quinta-feira.
As medidas, que entram em vigor imediatamente, são um passo interino enquanto o Congresso americano discute a atual legislação conhecida como “Don’t ask, don’t tell” (“Não pergunte, não conte”), que afirma que os militares homossexuais podem permanecer servindo, desde que não declarem sua orientação sexual.
O secretário de Defesa americano, Robert Gates, afirmou que as diretivas são resultado de uma análise do Pentágono sobre o que pode ser feito a curto prazo para garantir que a lei atual seja implementada de forma mais justa e apropriada.
Segundo as novas orientações, apenas oficiais de alto escalão poderão ordenar o início e conduzir investigações sobre a sexualidade de algum militar.
Decência
Gates também anunciou que as testemunhas que trouxerem algum caso à tona terão que ter mais credibilidade e prestar depoimento sob juramento.
Uma das intenções é acabar com a denúncia de homossexuais no exército apenas por questões pessoais.
Gates afirmou acreditar que as novas medidas vão garantir que sejam usados mais senso comum e decência na forma como os casos são tratados.
Durante sua campanha eleitoral, o presidente Barack Obama prometeu acabar com a proibição nas Forças Armadas e em seu discurso sobre o Estado da União, em janeiro, Obama voltou a tocar no assunto.
“Neste ano, vou trabalhar com o Congresso e nossos militares para finalmente repelir a lei que nega aos gays americanos o direito de servir ao país que eles amam por serem quem são. É a coisa certa a ser feita”, disse ele.
O comandante maior das forças armadas Almirante Mike Mullen já declarou que permitir aos gays servirem às Forças Armadas seria “a coisa certa a se fazer”, mas alguns congressistas e muitos oficiais militares temem que a mudança da lei seja prejudicial aos militares.
A atual legislação é de 1993, e foi o meio termo encontrado pelo então presidente Bill Clinton, que queria acabar com a proibição a gays nas Forças Armadas, e o Congresso e a cúpula militar, que temiam o fim da proibição.