O presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente russo, Dmitry Medvedev, fecharam um acordo para um tratado histórico de redução de armas nucleares durante um telefonema nesta sexta-feira (26), informou a Casa Branca.
Obama e Medvedev irão se encontrar no dia 8 de abril em Praga para assinar o tratado.
“Esse acordo histórico é um avanço na segurança de ambas as nações, e reafirma a liderança norte-americana e russa em nome da segurança nuclear e não-proliferação mundial”, disse a Casa Branca em comunicado.
Depois de meses de impasse, um acordo para a substituição do tratado START, do período da Guerra Fria, marcou a mais concreta conquista de Obama em política externa desde que assumiu o cargo, e poderá impulsionar seu esforço de “recomeçar” as relações com Moscou.
O presidente Obama disse que o tratado é o acordo de controle de armas mais abrangente em quase duas décadas, e fortalece os esforços de não-proliferação nuclear mundial.
Os Estados Unidos e a Rússia vêm trabalhando juntos para pressionar o Irã a cumprir com suas obrigações internacionais, disse Obama.
“Com esse acordo, os Estados Unidos e a Rússia — as duas maiores potências nucleares no mundo — também enviam um sinal claro de que pretendemos liderar. Ao confirmar nossos próprios compromissos sob o Tratado de Não-Proliferação (Nuclear), nós fortalecemos nossos esforços mundiais de impedir a disseminação das armas, e garantir que outras nações cumpram com suas próprias responsabilidades”, disse Obama.
Ele disse que aguardava ansiosamente para trabalhar junto com colegas democratas e republicanos no Congresso para ratificar o novo tratado.
Irã e Coreia do Norte
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o acordo transmitirá ao Irã e à Coreia do Norte, países envolvidos em impasses nucleares com o Ocidente, uma mensagem sobre seu compromisso em impedir a proliferação nuclear.
Obama e Medvedev pretendem assinar o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, que virá substituir um tratado de 1991 cuja vigência terminou em dezembro, em 8 de abril em Praga, capital da República Tcheca, antigo satélite soviético que hoje faz parte da Otan.
Essa data é próxima do aniversário do discurso proferido por Obama em Praga no ano passado, anunciando sua visão de eventualmente livrar o mundo de armas nucleares, e vai ajudar a criar ímpeto para uma segunda cúpula sobre segurança nuclear da qual Obama será anfitrião em Washington entre 12 e 14 de abril.
A Casa Branca disse que o novo tratado não restringirá os programas americanos de defesa antimísseis, que vinham representando um obstáculo nas negociações, devido às objeções da Rússia a esses planos.
Obama ainda enfrentará uma luta no Senado norrte-americano para a ratificação do tratado, em um momento de rancor partidário na esteira da disputa acirrada que terminou com a aprovação pelo Congresso de sua reforma da saúde.
Ele disse que vai trabalhar estreitamente com outros democratas e com a oposição republicana para obter a aprovação pelo Senado do tratado, que requer uma maioria de dois terços para ser ratificado.
O novo pacto pode fortalecer Obama politicamente, garantindo a ele uma importante vitória na área da política externa, que virá somar-se à vitória na política doméstica que ele teve esta semana quando sancionou a reforma da saúde.
Negociadores russos e norte-americanos vinham há quase um ano tentando conseguir um pacto para dar continuidade ao START. Eles perderam o prazo final de 5 de dezembro, quando terminou a vigência do START I.