O presidente da Alemanha, Horst Koehler, pediu demissão nesta segunda-feira (31).

“Renuncio a meu cargo de presidente federal”, declarou Koehler, de 67 anos, em Berlim.

Koehler explicou que tomou a decisão depois de declarações, realizadas recentemente a uma rádio, nas quais vinculou a necessidade de compromissos militares alemães no exterior à defesa dos interesses econômicos.

Depois das declarações, afirmou ter sido mal compreendido, e que suas declarações não se referiam à impopular missão alemã no Afeganistão.

Aliado da conservadora chanceler Angela Merkel e membro do partido União Cristã-Democrata, Koehler havia sido reeleito em 2009, para um mandato de mais cinco anos.

Eleitos indiretamente, os presidentes alemães não têm poder político real, mas antigos ocupantes do cargo, como Richard von Weizsaecker, transformaram a presidência em uma autoridade moral para o país.

O presidente alemão tem a função de chefe de Estado. Na prática, ele seria o equivalente ao ministro da Casa Civil do Brasil, o que representa que ele tem que fazer o governo funcionar, fazendo acordos entre os partidos políticos.

Mas a semelhança fica praticamente por aí. Se no Brasil o ministro é escolhido diretamente pelo presidente da República, na Alemanha ele é eleito por deputados federais e estaduais. E, quando assume o cargo, ele precisa esquecer do próprio partido na hora de tomar decisões. Ele não precisa ser um conciliador, ele tem que ser um durante os cinco anos de mandato.