O acordo de troca de combustível nuclear do Irã com a Turquia e o Brasil é uma oportunidade que não se repetirá, disse o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nesta terça-feira, antes de uma votação na Organização das Nações Unidas para impor novas sanções contra Teerã.
Seu alerta veio um dia antes de o Conselho de Segurança da ONU, segundo diplomatas do Ocidente, votar pela imposição de uma quarta rodada de sanções contra o Irã por seu programa nuclear.
“Esperamos que eles consigam usar essa oportunidade, mas diremos que essa oportunidade não será repetida”, disse ele em coletiva de imprensa em Istambul, onde está participando de uma cúpula regional.
A Turquia e o Brasil retomaram no mês passado partes de uma proposta, apoiada pela ONU, para que Teerã entregasse 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento — material para uso potencial em armas nucleares — em troca de combustível nuclear para reatores de pesquisa médica.
Os Estados Unidos e outras potências consideraram que o acordo era insuficiente e que veio tarde demais, e propuseram sanções mais amplas ao Conselho de Segurança na semana passada para serem aprovadas.
A Turquia e o Brasil, que atualmente ocupam assentos não-permanentes no Conselho de Segurança de 15 membros, dizem que o acordo com o Irã demonstra que as sanções não são necessárias, por ter criado uma abertura diplomática para combater assuntos maiores relacionados ao programa nuclear de Teerã.
A Turquia, o Brasil e o Líbano não devem votar a favor da resolução, mas nenhum desses países têm o poder de veto.
Diplomatas do Ocidente esperam que 12 países, inclusive todos os cinco membros permanentes do conselho com poder de veto, votem a favor da medida, garantindo sua aprovação.