O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou hoje (16) o embaixador venezuelano na Colômbia, Gustavo Márquez, para esclarecer denúncias do governo de Uribe que suspeita da presença de líderes das Forças Armadas da Colômbia (Farc) e do Exército da Libertação Nacional (ELN) em território venezuelano.

As informações são da imprensa oficial da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN). “[O embaixador foi convocado para] ser incorporado à avaliação de uma série de medidas que o Governo Bolivariano terá nas próximas horas”, disse o ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro.

Maduro afirmou ainda que as informações do governo da Colômbia transgridem as normas do Direito Internacional. “O presidente Uribe está criando uma operação de mídia da Colômbia e vários meios de comunicação internacionais, sem fornecer qualquer prova que possa ter algum tipo de verdade, nestes tempos em que tem havido alguns sinais de uma reaproximação com o novo governo do país”, disse o chanceler.

Segundo o ministro, o governo Chávez adotará medidas políticas e diplomáticas. Mas não informou quais serão estas decisões.

As divergêcnias entre os governos da Colômbia e da Venezuela vêm de longe. Em março de 2008, Chávez apoiou o presidente do Equador, Rafael Correa, em um impasse com Uribe envolvendo a ação das Farc em território equatoriano. A crise envolveu o Equador, a Colômbia e Venezuela.

Na ocasião foi morto o ativista número dois das Farc, Raúl Reyes. Na ocasião foram confirmadas pelo governo colombiano as mortes de mais 16 homens. Com isso os governos da Venezuela e Equador anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. A iniciativa ocorreu após o governo Uribe informar que havia suspeitas de que as Farc e os governos de Equador e Venezuela manteriam um acordo envolvendo apoio e fornecimento de armas.