O presidente do Equador, Rafael Correa, que também preside temporariamente a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), poderá convocar reunião extraordinária dos ministros de Relações Exteriores do órgão para analisar o rompimento das relações diplomáticas entre a Venezuela e a Colômbia. A Unasul é composta por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela.
Ontem (21), o presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou o rompimento minutos após o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, iniciar sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) em que mostrou fotografias, vídeos e testemunhos que provariam a existência de 87 acampamentos e 1,5 mil guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território colombiano. Correa criticou o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, por não tomar providências a fim de evitar o rompimento diplomático imposto por Chávez.
Em Buenos Aires, o secretário-geral da Unasul, Néstor Kirchner, disse que juntamente com Rafael Correa fará “todos os esforços para superar o conflito entre a Venezuela e a Colômbia”. De acordo com Kirchner, sua tarefa como secretário-geral da Unasul não é “emitir juízo de valor sobre o assunto”, mas intermediar o conflito entre os dois países para continuar construindo o espaço latino-americano ocupado pelo bloco.
Kirchner disse que “certamente este é um tema que provoca grande preocupação porque é doloroso ver dois países latino-americanos se enfrentarem”. O secretário-geral da Unasul informou que já conversou com Rafael Correa e também com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do assessor especial da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, para trocarem informações e ideias sobre o conflito entre Venezuela e Colômbia.