O Pentágono exigiu do site Wikileaks que “devolva imediatamente” os quase 15 mil documentos militares sobre a guerra do Afeganistão que ainda não publicou e que apague de sua página os mais de 70 mil que já divulgou.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, disse que a publicação na web, no último dia 25, de milhares de documentos sobre o conflito “já ameaçou a segurança de nossas tropas, nossos aliados e dos cidadãos afegãos que estão nos ajudando a levar paz e estabilidade a essa região do mundo”.
“O único passo aceitável agora é que o Wikileaks dê os passos necessários para devolver todas as versões de todos os documentos ao Governo dos Estados Unidos e apagá-los permanentemente de seu site, seus computadores e seus arquivos”, acrescentou o porta-voz.
O porta-voz do Pentágono reconheceu que a agência tem “alguma ideia” de quais são os documentos ainda não publicados – o criador do Wikileaks, Julian Assange, não o fez para não prejudicar sua fonte -, mas não sabe “com segurança”.
Desde a publicação dos documentos, em sua maior parte relatórios de campo dos soldados americanos, o Governo americano reiterou que as consequências do vazamento podem ser muito perigosas por causa da exposição de nomes de fontes, soldados e métodos operacionais.
O Pentágono e o FBI (Polícia federal americana) investigam quem vazou os documentos, que denunciam desde mortes de civis não divulgadas até a possível colaboração dos serviços secretos do Paquistão com os talibãs afegãos.
O principal suspeito até agora é o analista de inteligência do Exército Bradley Manning, de 22 anos, que já estava detido em uma base militar no Kuwait após outro vazamento em maio e foi transferido para outra prisão no estado americano da Virgínia.
O ex-hacker que denunciou Manning, Adrian Lamo, disse nesta semana que dois estudantes do renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT) colaboraram no vazamento de documentos.