O governo brasileiro formalizou ao Irã a oferta de asilo político à viúva iraniana Sakineh Moahammadi Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte por apedrejamento sob acusação de adultério. O embaixador do Brasil no Irã, Antonio Luís Espínola Salgado, oficializou ontem (9) a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Ministério das Relações Exteriores daquele país. A informação foi confirmada pelo Itamaraty.
Diplomatas que acompanham o caso informaram que ainda não há uma resposta do Irã. Há pouco mais de uma semana, Lula fez a oferta e disse que o Brasil está de “braços abertos” para receber a viúva. No sábado (7), ele reiterou a proposta, mas evitou fazer comentários. Paralelamente diplomatas brasileiros negociaram o assunto com representantes iranianos.
A oferta de asilo feita por Lula provocou comentários do porta-voz do governo iraniano de que a reação do presidente brasileiro era “emotiva” e que ele “estava desinformado”. O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que a reação do Irã era normal.
Ontem (8) o advogado Mohammad Mostafaei, que defendia Sakineh, chegou a Oslo, na Noruega, país ao qual pediu asilo político para ele, a mulher e a filha. Por cerca de uma semana, a mulher do advogado e o irmão dele foram mantidos detidos por autoridades iranianas para investigações.
A iraniana foi condenada à morte por apedrejamento sob acusação de ter mantido relações sexuais com dois homens. Mas ela e a família negam.