Duas semanas depois da ocorrência do pior acidente de trabalho envolvendo mineiros no interior do Chile, o presidente do país, Sebastián Piñera, anunciou uma revisão completa das leis trabalhistas chilenas. Piñera disse que o objetivo é rever as condições de trabalho no Chile, principalmente nas áreas de mineração, agricultura e indústria. O Ministério do Interior vai comandar os estudos e as discussões. A ideia é concluir a proposta de reformulação em até 90 dias.
As informações são da Presidência da República do Chile. Piñera quer ampliar as garantias de segurança no trabalho em todo país. “A partir do relatório [proposta de reformulação das leis trabalhistas], fazemos uma profunda reestruturação das agências que devem monitorar as condições de trabalho, assim como uma revisão completa de nossas leis trabalhistas porque nós não queremos no nosso país ainda [mais] acidentes, como ocorreu na mina de San José”, disse.
Em seguida, o presidente acrescentou que o objetivo é “conduzir uma revisão e reformulação completa das condições sob as quais os trabalhadores chilenos atuam no país”. Segundo ele, haverá uma atenção especial para alguns focos específicos. “[Como] as atividades de mineração, agricultura e indústria”, ressaltou.
No último dia 5, houve um deslizamento de terra na região de San José, no Chile. Os 33 trabalhadores que estavam em uma mina de cobre ficaram soterrados e permanecem no local até hoje. Os mineiros se encontram há cerca de 700 metros de profundidade.
As causas que provocaram o desabamento de terra ainda não foram reveladas. Equipes de psicólogos e terapeutas voluntários estão de plantão acompanhando os parentes dos trabalhadores, que permanecem presos sob os escombros. O presidente da República foi ao local por três vezes e determinou que fossem intensificadas as buscas.
As dificuldades das operações de resgate e as críticas de falta de segurança para os mineiros levaram Piñera a reestruturar o setor de mineração do país. O presidente substituiu os principais assessores do setor. No último dia 11, deixaram os cargos o diretor nacional do Serviço Nacional de Geologia e Mineração Alejandro Vio e os diretores regionais Exequiel Yanes e Rodolfo Díaz.