O Ministério da Saúde do Chile anunciou que pedirá ajuda à Agência Espacial Norte-americana (Nasa, na sigla em inglês) para incorporar novas técnicas que permitam a sobrevivência dos 33 homens presos há 18 dias na mina San José, ao norte do país.
Segundo a pasta, as condições em que se encontram os mineiros são similares às que vivem os marinheiros que passam muitos meses em submarinos e os astronautas em estações espaciais, que precisam ingerir durante um longo período de tempo alimentos especialmente projetados para esse tipo de caso.
O ministério já conta com um protocolo de cinco fases para a hidratação dos trabalhadores, que incluem provas para avaliar a tolerância oral a líquidos, e o volume e duração de cada dose.
No local já há equipe especializada e materiais para o auxílio aos homens, como nutrientes líquidos, soro glicosado, omeprazol, paracetamol, soluções hidratantes orais e complementos nutricionais balanceados, entre outros.
O documento também considera o apoio psicológico, começando por diagnosticar a situação geral e individual de cada um, e passa para a definição de requerimentos terapêuticos específicos se for necessário, além de identificação, apoio ao líder natural do grupo e diálogo e contato com os familiares.
Em algumas horas um telefone de fio será instalado por um segundo duto de contato para manter um contato contínuo com os homens debaixo da terra.
No domingo, após a equipe de sondagem e busca receber um bilhete dos mineiros confirmando que todos estão vivos, foi instalada uma câmera de áudio e vídeo. Porém, um ruído de uma corrente de água impediu o diálogo.
As autoridades chilenas anunciaram que, em algumas horas, será encaminhada a primeira leva de água aos trabalhadores. Contudo, de acordo com a equipe de resgate, os procedimentos para a retirada dos homens do local demorariam cerca de quatro meses.
Os 33 homens encontram-se a 700 metros de profundidade desde o dia 5 deste mês, quando um desmoronamento bloqueou o caminho que leva à mina localizada em Copiapó. Os trabalhos com as máquinas de sondagem começaram logo após o acidente e o presidente Sebastián Piñera chegou a pedir ajuda a países com experiência na área de mineração, como Peru, Estados Unidos, Canadá e Austrália.