Os engenheiros no Chile começaram ontem (30) à noite a escavar um túnel de 60 centímetros por onde pretendem resgatar os 33 trabalhadores de uma mina de ouro e cobre, soterrados há 26 dias e presos a 700 metros de profundidade. As autoridades estimam que serão necessários de três a quatro meses para concluir o trabalho. As informações são da agência BBC Brasil.
O ministro de Mineração do Chile, Laurence Golborne, disse que há dez alternativas de resgate em análise pelos engenheiros, mas negou que seja possível resgatar os mineiros em apenas um mês. O trabalho também é acompanhado pelo ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich. Ontem Mañalich concluiu uma análise física, médica e mental dos mineiros. Cada um já perdeu, em média, 10 quilos.
Os trabalhadores – 32 chilenos e um boliviano – começam a apresentar problemas de saúde, como desitratação, infecções e feridas provocadas pelo calor superior a 30 graus Celsius (ºC). Outro problema é a umidade no refúgio onde eles se encontram, dentro da mina. “Podem ocorrer epidemias ou microepidemias muito graves. Temos que preveni-las”, disse Mañalich.
“Demos a eles [os mineiros] medicamentos, fizemos exames, medimos a pressão, o pulso, a temperatura e a circunferência abdominal todos os dias”. Os médicos acreditam que a fase de recuperação física já foi concluída, depois que os mineiros passaram dez dias racionando alimentos. Agora, segundo os especialistas, começa a fase de estabilidade.
Uma das maiores preocupações das autoridades é evitar o agravamento de um quadro de desidratação. Os mineiros têm recebido água potável pelos três estreitos túneis usados para comunicação com a superfície.
Para ajudar a manter o equilíbrio mental, as autoridades vão pedir que os mineiros ajudem no seu próprio resgate, retirando os entulhos produzidos pela escavadora. Os trabalhadores também estão sendo estimulados a manter um ciclo de dia e noite, com luz artificial dentro da mina.
No último domingo (29), os mineiros tiveram o primeiro contato telefônico direto com os parentes. Houve uma fila para que os parentes dos 33 mineiros presos pudessem usar uma cabine especial de telefone. Cada um teve cerca de um minuto para conversar. Psicólogos que acompanham os trabalhadores presos desde o dia 5 na Mina San José, no Deserto do Atacama, pediram aos parentes que passassem mensagens otimistas.