A Procuradoria-Geral da República do México, que coordena os trabalhos de identificação e investigação do massacre dos 72 imigrantes, ocorrido há duas semanas, intensifica a partir de hoje (6) as atividades. Ontem (5), 11 corpos de vítimas de El Salvador foram repatriados. O presidente salvadorenho, Mauricio Funes, lamentou a chacina e lembrou que episódios como esse mancham a história.
“Nós rejeitamos veementemente os assassinatos múltiplos porque nunca antes na migração do país houve um massacre dessa magnitude”, afirmou Funes. Ele disse que escreveu uma carta ao presidente do México, Felipe Calderón, prestando solidariedade. “De certa forma [esse tipo de crime] é uma provocação de organizações criminosas”, disse o salvadorenho.
As informações são da Procuradoria-Geral da República do México e também da Presidência da República de El Salvador.
As 11 vítimas cujos corpos foram enviados para El Salvador estão identificadas, segundo as autoridades mexicanas e salvadorenhas. Material digital foi recolhido. Ainda estão em processo de identificação dois homens supostamente de origem salvadorenha. Serão feitos exames de DNA nesses corpos.
Apenas um brasileiro, Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, teve o corpo identificado, mas há a expectativa de identificação de outro brasileiro, Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, pois vários documentos dele foram localizados na fazenda onde estavam as vítimas do massacre.
A chacina ocorreu, no último dia 24, em uma fazenda entre as cidades de San Fernando e Reynosa, no estado de Tamaulipas, na fronteira do México com os Estados Unidos. O crime é atribuído a cartéis de tráfico de pessoas e drogas. A principal suspeita, segundo as autoridades mexicanas, recai sobre o grupo Los Zetas.
Os criminosos amarraram as vítimas, amordaçaram e as colocaram de costas para as paredes. Havia mulheres e homens. Pelo menos 46, dos 72 corpos encontrados, serão submetidos a uma nova etapa de identificação. Os corpos de El Salvador e Honduras foram enviados para os dois países. Não há estimativa sobre o caso do brasileiro identificado.