O Irã anunciou nesta quarta-feira que suspendeu a pena de morte por apedrejamento contra Sakineh Mohammadi Ashtiani, informou a emissora estatal iraniana Press TV. O anúncio foi realizado por meio de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast. O porta-voz disse que o caso da mulher será revisado e, por enquanto, a pena está suspensa. “O veredicto referente às relações extramatrimoniais foi suspenso e está sendo revisado”, disse o porta-voz à emissora estatal em língua inglesa Press TV.

O caso Sakineh gerou uma onda de protestos internacionais contra o Irã. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a oferecer abrigo a Sakineh no Brasil, mas o Irã recusou a proposta. Vários países e entidades denunciaram o caso como um abuso e pediam a libertação da mulher, condenada por trair o marido e, posteriormente, acusada de envolvimento na morte dele.

Como o Irã trata o caso como um crime comum, o porta-voz da chancelaria criticou o fato do “julgamento por homicídio” ter sido transformado em “uma questão de direitos humanos”. O funcionário disse que o caso de adultério será revisado e a sentença por cumplicidade no homicídio está “em processo”.

O porta-voz negou os relatos divulgados dias atrás de que Sakineh tenha sido punida com açoites. O jornal londrino The London Times publicou uma foto de uma mulher sem véu identificada como a prisioneira. Posteriormente, o diário se retratou, afirmando que a foto não era de Sakineh, mas de outra mulher. Relatos foram divulgados, porém, de que Sakineh fora condenada a 99 chibatadas por se mostrar sem o véu, o que é proibido pela lei local. Segundo o porta-voz, porém, não houve essa punição.