O ex-presidente de Cuba Fidel Castro atribuiu hoje (27) a redução do poder político do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre a Assembleia Nacional venezuelana a uma ação orquestrada pelos Estados Unidos. Ontem (26) o grupo de Chávez conseguiu eleger 95 dos 165 parlamentares, mas a expectativa era obter 110 vagas. A oposição ampliou o espaço no Parlamento obtendo 61 assentos. Desde 2005, os oposicionistas estavam foram da política venezuelana.
“O inimigo tem como parte de seu objetivo impedir que o governo bolivariano obtivesse o apoio de dois terços do Parlamento”, afirmou Fidel, na sua coluna semanal publicada no jornal oficial de Cuba, o Granma. “[Os Estados Unidos] não poderão recorrer ao golpe de Estado na Venezuela como fizeram com [Salvador] Allende no Chile [presidente socialista deposto por um golpe militar] e outros na nossa América”, disse ele.
As votações na Venezuela não são obrigatórias. Ontem havia aproximadamente 17,7 milhões de eleitores aptos a votar. Mas, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, a participação chegou a 66,45%, considerada uma das mais altas da história para eleições legislativas.
O ex-presidente destacou a “grande adesão” de eleitores jovens, mulheres e ativistas. “Nas eleições parlamentares [da Venezuela], o número de eleitores bateu o recorde de 66,45%. O império [referência aos Estados Unidos] com seus vastos recursos não conseguiu evitar que o PSUV [partido do governo] obtivesse 95 dos 165 assentos do Parlamento”, disse.
Fidel e Chávez são amigos e parceiros políticos. Cuba e a Venezuela mantêm estreitas relações políticas, econômicas e diplomáticas. Por várias vezes, o venezuelano disse ter em Fidel um exemplo de líder político. O cubano retribui com elogios constantes ao venezuelano.