A rebelião de policiais e militares equatorianos, que ontem tentavam desestabilizar o país, deixou ao menos cinco mortos e 193 feridos, informou hoje o ministro da Saúde, David Chiriboga, no primeiro boletim oficial sobre os confrontos.
Segundo Chiriboga, das cinco vítimas fatais, três eram de Quito e as duas de Guayaquil — consideradas as cidades mais afetadas pelos protestos.
Nos hospitais, foram atendidas 193 pessoas, das quais 16 estão em estado grave e seis em unidades de terapia intensiva. “A maioria dos pacientes atendidos tem ferimentos de balas”, esclareceu o titular da pasta.
O protesto aparentemente havia sido iniciado por reivindicações trabalhistas, devido à análise de um projeto de lei que, entre seus artigos, reduziria os benefícios salariais de agentes policiais e militares.
Contudo, a manifestação teve uma proporção muito maior. Após ser agredido por manifestantes, ao ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo, o presidente equatoriano, Rafael Correa, foi feito refém no Hospital Policial de Quito, de onde conseguiu sair apenas à noite, ao ser resgatado por um comando.
Ontem, enquanto o líder era retirado do local, chefes de Estado e de Governo dos países-membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) reuniam-se para analisar a crise e expressar uma mensagem de apoio à democracia.
Hoje, os chanceleres e vice-chanceleres do organismo regional realizarão em Quito um novo encontro. Eles partiram nesta manhã de Buenos Aires, onde ocorreu o debate que se estendeu durante a madrugada.