Depois da onda de manifestações violentas da última quinta-feira (30) nas principais cidades equatorianas, o presidente do Equador, Rafael Correa, descartou a possibilidade de conceder anistia política às pessoas envolvidas nos protestos. A ministra de Política (espécie de Gabinete Civil), Doris Soliz, reiterou que o governo vai julgar e punir os responsáveis pelas manifestações.
“As declarações precipitadas de certos grupos para tentar unir as forças da oposição não obteve eco, mas revela o caráter mesquinho da oposição. O silêncio dos outros setores é um sinal eloquente de cumplicidade”, disse Doris Soliz.
Segundo a ministra, o governo não analisa a hipótese de anistia, pois as manifestações ameaçaram a ordem e promoveram situações de violência no país. “Trata-se de reparar, por meio da Justiça, não apenas da autoridade presidencial, que foi ameaçada, mas também para as famílias dos mortos e feridos vítimas daquele dia desastroso”, disse.
Doris Soliz reiterou ainda que para o governo, houve uma tentativa de golpe de Estado promovido por integrantes da Polícia Nacional, no último dia 30. “É tempo para o Equador e a América Latina fecharem o ciclo sombrio e seguir para passos precisos de fortalecimento das nossas democracias”, afirmou.
Na semana passada, os protestos foram gerados por policiais insatisfeitos com o fim do pagamento de benefícios para várias categorias do serviço público equatoriano. A indignação levou policiais para as ruas de Quito e das principais cidades equatorianas. Segundo a ministra, Correa não pretende revogar o decreto presidencial recuando na proposta que provocou a controvérsia com os rebelados.
A ministra afirmou ainda que o presidente da República mantém a possibilidade de adotar o chamado recurso da morte cruzada – que é a dissolução do Congresso em situações específicas – conforme autoriza a Constituição. Mas não disse quando isso poderia ocorrer.