Equipes de emergência da Hungria esforçavam-se na quarta-feira para manter uma onda de lama tóxica vermelha, que vazou de uma fábrica de alumínio, longe dos rios Raba e Danúbio.
O ministro do Interior húngaro, Sandor Pinter, disse que a lama por enquanto não havia alcançado os rios. O lixo industrial vazou na segunda-feira de um reservatório da fábrica, inundando vilarejos, matando quatro pessoas, ferindo outras 120 e deixando 3 desaparecidos.
A Hungria declarou estado de emergência em três condados depois de a lama atingir os vilarejos de Kontar e Devecser, entre outros. A causa do vazamento é desconhecida.
“Espero que sejamos capazes de conter isso”, afirmou Pinter. “Neste momento podemos lidar com o conteúdo alcalino no rio Marcal, ele não chegou ao rio Raba.”
O Marcal deságua no Raba, que por sua vez deságua no Danúbio, uma importante via fluvial europeia.
Pinter afirmou que a Hungria havia contatado a União Europeia em razão do vazamento e avaliava a possibilidade de assistência.
O vilarejo de Kolontar é o que está mais próximo do reservatório da usina Ajkai Timfoldgyar Zrt, de propriedade da MAL Zrt.
Equipes de emergência, militares e moradores retiravam os destroços e a lama e buscavam desaparecidos.
As equipes de resgate informaram que muitas pessoas sofreram queimaduras e irritação nos olhos decorrentes do chumbo e dos elementos corrosivos da lama. A inundação, estimada em cerca de 700 mil metros cúbicos, arrastou carros e danificou pontes e casas, forçando a retirada de aproximadamente 500 moradores.
Muitos moradores afirmaram que provavelmente não voltariam para suas residências.
“Não vou levar de volta meu filho de 3 anos. Eu não poderia mesmo que quisesse. Precisamos de escavadeiras, e não de vontade para voltar”, afirmou Roland Fekete.
Na frente de sua casa coberta de lama a uma altura de 3 metros, Balazs Holczer, de 35 anos, afirmou: “Minha mulher e meu filho ficaram presos durante o vazamento. Ela o colocou em cima de um armário, e ela sofreu queimaduras graves da cintura para baixo. Ambos estão no hospital. Meu filho ainda está em choque.”