O governo do Haiti confirmou hoje (23) a morte de pelo menos 196 pessoas em decorrência do surto de cólera no país. Mais de 2,5 mil pessoas estão internadas sob suspeita de infecção pela doença, que provoca febre alta, diarreia, vômitos e desidratação. O presidente haitiano, René Preval, informou que são tomadas as providências para que a cólera não ultrapasse as regiões de Artibonite e Plateau Central – no Norte do país.
As informações são da BBC Brasil. As agências humanitárias afirmam, entretanto, que já foram registrados casos da doença fora desse foco central e que ela pode estar chegando à fronteira da República Dominicana. Especialistas dizem que essa é a primeira epidemia de cólera em um século, por isso a população não tem qualquer imunidade contra a bactéria.
As autoridades temem que o número de mortos possa se multiplicar, caso a doença chegue aos acampamentos improvisados para a população após o terremoto de 12 de janeiro deste ano. O tremor deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil.
Até hoje, milhares vivem nos acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado à água potável. Uma das hipóteses é que o surto de cólera foi provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite.
O governo do Brasil vai ajudar o governo do Haiti no combate à cólera ao enviar técnicos em saúde pública, além de medicamentos e material hospitalar descartável. O Brasil também está pronto a colaborar na distribuição de suprimentos médicos, pastilhas para purificação de água, vasilhames, kits higiênicos e soro reidratante.
Em nota, o Itamaraty informou que na próxima semana o Brasil enviará ao Haiti, em voos especiais da Força Aérea Brasileira, antidiarreicos, sais para reidratação oral e antibióticos, além de luvas e outros materiais descartáveis.