O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem (31) à noite a nacionalização da siderúrgica Sidetur. A Venezuela é o maior país produtor de petróleo da América do Sul e está entre os principais do mundo. A empresa recém-nacionalizada é produtora de barras de aço e produtos planos. No total, a Sidetur reúne seis subestações na Venezuela e 1.857 trabalhadores. A capacidade de produção é de 835 mil toneladas por ano.
A Sidetur é uma filiada da Siderúrgica Venezuela (Sivensa) e está há 60 anos no mercado. A empresa exporta para 25 países e informa que “prima por sua excelência”, segundo o site na companhia na internet.
O governo venezuelano informa que a empresa produz 40% do material utilizado no país. A ideia, de acordo com Chávez, é ampliar a produção da Sidetur para equipamentos e instalações em várias partes do país. Segundo o presidente, a expropriação segue o Plano Nacional de Simon Bolívar, que inclui a instauração do modelo de produção socialista.
No seu programa Alô Presidente, transmitido pela rede estatal de televisão Venezolana de Televisión, que foi ar ontem, Chávez disse que a nacionalização da Sidetur faz parte do fortalecimento do desenvolvimento siderúrgico nacional e do progresso da construção civil na Venezuela.
“Era necessário ter a parte da indústria siderúrgica para o povo”, afirmou Chávez. “Necessariamente essa empresa [Sidetur] teve de corresponder aos interesses do país”, disse ele.
O representante do sindicato da Sidetur na cidade de Casima, Alejandro Alvarez, disse que a categoria acompanha as mudanças e que este é um momento histórico. “Estamos satisfeitos, não só em Sidetur, mas os trabalhadores na Guiana em geral. Os trabalhadores querem ser participantes deste momento histórico “, disse ele, segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).
O representante do sindicato dos trabalhadores na fábrica Sidetur em Antimano (região da Grande Caracas), Angel Lopez, disse que a decisão de nacionalizar a Sidetur é um ato de justiça. “Ele [Chávez] tem feito justiça à luta travada pelos trabalhadores durante anos. Nesse negócio há anos ocorrem violações às garantias e às condições de trabalho”, disse ele.