A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte em seu país por apedrejamento, não será executada hoje (3), de acordo com o Comitê Internacional contra o Apedrejamento. A organização não governamental (ONG), entretanto, alertou que o risco de execução iminente se mantém.
“É o resultado de um clamor público o fato de a senhora Ashtiani estar viva hoje”, afirmou o comitê, ao agradecer manifestações de países como Estados Unidos e membros da União Europeia.
A ONG pediu que os governos continuem se manifestando e exercendo pressão sobre o Irã, além de manter o tema em destaque até que a execução seja oficialmente cancelada e Sakineh, de 43 anos, seja libertada.
O comitê quer ainda a soltura do filho de Sakineh, de seu advogado e de dois jornalistas alemães presos no dia 10 de outubro. Além disso, a porta-voz do comitê, Mina Ahadi, disse hoje que espera a intervenção da presidente recém-eleita no Brasil, Dilma Rousseff, no caso.
De acordo com a BBC Brasil, a porta-voz afirmou que Dilma, como primeira presidente eleita no país, conhece bem os problemas enfrentados por mulheres e lembrou que o Brasil mantém boa relação com autoridades iranianas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a oferecer asilo à Sakineh, mas a oferta foi recusada pelo governo iraniano.
Em setemebro, o procurador-geral do Irã, Gholam-Hossein Mohseni-Ejei, informou que a sentença de morte de Sakineh seria modificada de apedrejamento para de enforcamento. Segundo ele, a mudança ocorreu porque a viúva será punida pelo crime de cumplicidade na morte do marido e não por adultério. Assassinato no Irã é punido com enforcamento.