Ativistas da oposição em Cuba acusam o governo de não cumprir a promessa de libertar, até ontem (7), 13 dissidentes políticos. O presidente Raúl Castro tinha anunciado em julho que libertaria 52 prisioneiros políticos nos quatro meses seguintes.

Trinta e nove pessoas foram libertadas e se encontram no exílio na Espanha, mas 13 continuam encarcerados porque se recusam a deixar o país.

As “Damas de Branco”, grupo formado por esposas e mães de prisioneiros políticos cubanos, disseram que, segundo os termos de um acordo entre Castro e a Igreja Católica de Cuba, o prazo da libertação expirava no domingo.

O grupo fez uma manifestação em Havana, capital do país, e prometeu lançar uma onda de ações como greves de fome e passeatas até que os dissidentes sejam libertados.

O conhecido dissidente cubano Guillermo Farinas indicou que está pronto para iniciar uma nova greve de fome caso os 13 prisioneiros não sejam libertados.

Farinas, que no mês passado ganhou o Prêmio Sakharov de Direitos Humanos, concedido pelo Parlamento Europeu, encerrou no início de julho uma greve de fome de mais de quatro meses, depois do anúncio da libertação dos 52 presos políticos.

Apesar de ter feito um acordo com a Igreja Católica e o governo da Espanha prometendo libertar os prisioneiros, o governo cubano nunca se pronunciou oficialmente sobre um prazo para a libertação. Para o governo, os dissidentes presos são “mercenários” a serviço dos Estados Unidos.

Todos os 52 presos faziam parte do grupo de 75 dissidentes preso em 2003 e condenado a sentenças que variam de seis a 28 anos de detenção.