Policiais observam milhares de sapatos que foram deixados sobre a ponte.

Equipes de busca procuram nesta terça-feira em Phnom Pehh (capital do Camboja) corpos de vítimas no rio Bassac, um dia depois do tumulto que matou pelo menos 378 pessoas.

O incidente ocorreu em uma ponte superlotada sobre o Bassac, que liga a ilha Diamante ao centro da cidade, durante as celebrações do Festival da Água, uma das maiores festividades do calendário cambojano. Centenas de outras pessoas ficaram feridas.

Sean Ngu, um australiano que está em visita ao Camboja, estava a 30 metros da ponte quando ocorreu a tragédia. Segundo ele relatou à BBC, havia muitas pessoas na ponte, e várias entraram em um “empurra-empurra” em ambas as extremidades.

“O pânico começou, e ao menos 50 pessoas pularam no rio. Algumas pessoas tentaram escalar a ponte, agarrando e puxando cabos (elétricos), que se soltaram. Os choques elétricos causaram mais mortes”, disse.

Capacidade

Tumulto ocorreu em festival tradicional na capital do país.

Autoridades locais dizem que pelo menos 2 milhões de pessoas visitavam a capital, vindas de províncias rurais, para os três dias de festival.

Segundo o correspondente da BBC em Phnom Penh Guy Delauney, o sistema de saúde do país é limitado, e o incidente está além da capacidade dos hospitais da cidade.

Muitos feridos estão deitados no chão de hospitais, e os mortos foram enfileirados para ser reconhecidos por parentes.

O premiê cambojano, Hu Sen, decretou que a próxima quinta-feira seja um dia de luto nacional e ordenou que as causas do incidente sejam investigadas.

Hun Sen declarou que o incidente foi a “maior tragédia” no Camboja desde os assassinatos em massa conduzidos pelo regime do Khmer Vermelho, na década de 1970.

O Festival da Água marca as celebrações do ano novo em alguns países do Sudeste Asiático. Participantes jogam água livremente uns nos outros, como um ato de renovação.