O prazo para anunciar o vencedor das eleições de domingo (28) na Costa do Marfim expirou no fim da noite de ontem (1º), de acordo com a Constituição marfinense. Entretanto, a Comissão Eleitoral continuava a contabilizar votos depois de ultrapassado o limite.
A expectativa é grande. Na terça-feria (30), durante uma tentativa de anúncio dos resultados parciais, um correligionário do atual presidente, Laurent Gbagbo, tomou o papel do responsável e rasgou o documento em frente às câmeras.
O comando da campanha do opositor, ex-primeiro ministro Alassane Ouatara, afirmou que o ato seria um sinal de que o atual presidente “sabe que perdeu”. O candidato pediu a Gbagbo que honre o compromisso, assumido na campanha, de reconhecer o resultado, seja ele qual fosse.
O porta-voz do presidente afirmou que o partido dele “vai lutar até o fim” para garantir que somente os resultados verdadeiros sejam divulgados.
O governo determinou a extensão até domingo (5) do toque de recolher que está em vigor desde o segundo turno das eleições, domingo passado, e expiraria na noite de hoje (2º).
A Costa do Marfim, maior produtor de cacau do mundo, deixou de atrair recursos e investimentos depois da tentativa de golpe de estado em 2002, que precedeu uma guerra civil de dois anos. A eleição, adiada cinco vezes desde 2005, é aguardada como uma chance de abrir novas possibilidades para o país.
Depois de um primeiro turno relativamente calmo, de acordo com observadores internacionais, as semanas que precederam a votação foram muito tensas, inclusive com confrontos entre correligionários dos dois candidatos. Mesmo com o toque de recolher, carros foram queimados nas ruas de Abidijan no domingo, depois do fechamento das urnas.