A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, reiterou hoje (4) o apelo ao governo do Egito para que investigue de forma “transparente e imparcial” os enfrentamentos violentos registrados no país. Há 11 dias, o Egito vive uma onda de manifestações em protesto à permanência do presidente egípcio, Hosni Mubarak, no poder. As informações são da agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A violência e derramamento de sangue devem cessar imediatamente “, disse a alta comissária. Pillay condenou ainda a agressão, a intimidação e a prisão de jornalistas estrangeiros no Egito. Os jornalistas Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, ambas emissoras da Empresa Brasil de Comunicação, ficaram presos por 18 horas e tiveram os olhos vendados no Egito. Hoje, eles chegaram à Paris, de ondem partem para o Brasil. Eles foram obrigados a assinar um documento em que se comprometiam a deixar o Egito.
No Cairo, os manifestantes passaram a madrugada em vigília na Praça Tahrir, principal concentração dos últimos protestos. Eles gritam palavras de ordem e pedem a saída de Mubarak. É a chamada Sexta-Feira da Partida quando os manifestantes contrários a Mubarak esperam que ele renuncie. Religiosos muçulmanos mantêm as cinco orações diárias em meio à confusão de gritos, movimentação de militares e tensão.
De acordo com as Nações Unidas, mais de 300 pessoas morreram e cerca de 3 mil ficaram feridas nos protestos dos últimos dias. O episódio considerado mais violento foi registrado ontem (3) quando manifestantes contrários e favoráveis a Mubarak se enfrentaram com pedras e facas.