O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje (7) que o Egito não voltará a ser o que foi no passado e reafirmou o pedido para uma transição política ordenada e que leve a eleições justas e livres. Segundo ele, o povo egípcio quer liberdade, eleições justas e livres e um governo representativo.
Lembrando o slogan da sua campanha presidencial, Obama disse que a hora é de mudança. “Temos dito que tem de começar a transferência [de poderes] agora”, acrescentou. Ele lembrou que o presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi um aliado dos Estados Unidos durante muito tempo, mas insistiu que a repressão ao povo é “insustentável”.
O presidente norte-americano evitou antecipar a demissão de Mubarak. De acordo com Obama, apenas o egípcio “sabe o que vai fazer”. O norte-americano lembrou ainda que o mandato de 30 anos de Mubarak acaba em setembro de 2011, quando há eleições presidenciais, mas a transmissão de cargo ocorrerá apenas em dezembro.
Obama disse que a Irmandade Muçulmana – organização religiosa considerada ilegal no Egito – representa apenas uma facção da oposição e que não tem o apoio majoritário, apesar de estar bem organizada e de alguma das ideologias ser contra os norte-americanos.
Paralelamente, a secretária de Estado, Hillary Clinton, apelou ao primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafik, para cessar a perseguição e as detenções a jornalistas. Ambos conversaram por telefone. “[A secretária] insistiu no fato de que os incidentes, a perseguição e as detenções de militantes, jornalistas e membros da sociedade civil devem cessar”, informou o Departamento de Estado.
De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 75 jornalistas estrangeiros foram reprimidos nos últimos dias no Egito. No sábado (5), chegaram ao Brasil os repórteres brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Costa, da TV Brasil, depois de serem detidos, vendados e terem os equipamentos e passaportes apreendidos por autoridades egípcias.