Pela primeira vez desde que começou a onda de protestos no Egito, o presidente Hosni Mubarak reuniu hoje (7) todo o novo gabinete de governo. Mubarak mudou os principais assessores em 31 de janeiro. O tema principal da reunião foi a busca de medidas para estabilizar a economia do país, que sofre o impacto da crise política. Depois da reunião, foi prometido aumento de 15% nos salários e pensões para os servidores públicos a partir de abril.
Depois das manifestações, a libra egípcia, que já havia se desvalorizado 17%, caiu mais 1,5% na abertura dos negócios hoje (7), atingindo a cotação mais baixa em relação ao dólar em seis anos. A Bolsa de Valores do Cairo, que reabriria hoje, só vai voltar às atividades na próxima semana.
Grande parte do comércio no Cairo, capital egípcia, também está fechada, o que provoca problemas de desabastecimento e corrida da população em busca de suprimentos. Apenas alguns bancos reabriram ontem (6). As escolas permanecem fechadas. Há estimativas de que a economia egípcia esteja perdendo pelo menos US$ 310 milhões por dia devido à crise.
O diálogo iniciado entre o governo egípcio e a oposição, no domingo, não conseguiu conter as manifestações contra o presidente. Milhares de pessoas passaram a madrugada de ontem para hoje acampadas na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e prometem manter os protestos até que Mubarak deixe o cargo.
A oposição exige o fim do estado de emergência, a libertação de presos políticos e a instalação de uma assembleia nacional constituinte. O governo, porém, não aceita essas exigências. As negociações entre governo e oposição começaram ontem.