O Japão suspendeu temporariamente a caça de baleias na Antártida devido ao assédio da organização ambientalista Sea Shepherd contra sua frota baleeira, informou a Agência de Pesca japonesa nesta quarta-feira, 16.
Um porta-voz desta instituição disse à Agência Efe que as autoridades japonesas estudam agora como proteger o baleeiro japonês Nisshin Maru, cujo retorno estava previsto para março, mas não confirmou se o navio antecipará seu retorno.
“Estamos estudando como se pode manter a segurança do Nisshin Maru”, indicou o porta-voz da agência, antes de apontar que a frota baleeira japonesa atualmente está “paralisada” devido a vários ataques da Sea Shepherd.
A organização ambientalista Greenpeace assegurou nesta quarta-feira em comunicado que o Nisshin Maru “retornará” ao Japão, mas que a verdade razão não é o assédio dos ativistas, e sim porque a campanha da frota baleeira japonesa já não é rentável.
Um porta-voz do Greenpeace disse à Efe que, “como não há demanda por carne de baleia no Japão, está perdendo o sentido continuar caçando baleias”.
O Japão realiza anualmente, entre os meses de dezembro e março, uma campanha de caça de cetáceos na Antártida com supostos fins científicos que, segundo os grupos ambientalistas, esconde motivos puramente comerciais.
As capturas da frota japonesa, que tem uma cota anual de cerca de mil cetáceos, foram na passada campanha de apenas 507 baleias, o que a Agência de Pesca japonesa atribuiu às atividades de “obstrução” da Sea Shepherd.
Na segunda-feira, o denominado “grupo de Buenos Aires”, integrado por Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Peru e Uruguai, exortou o Japão a pôr fim à “caça científica” de baleias.