A agenda completa da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nos dias 19 e 20 de março a Brasília e ao Rio de Janeiro, ganha novos elementos a cada momento. Os norte-americanos já pediram mais de mil vistos para ingresso no Brasil e informaram que um avião com 150 jornalistas desembarcará no país. A principal preocupação das autoridades dos EUA é garantir segurança máxima a Obama, que virá com a primeira-dama, Michelle, e as filhas Sasha e Malia.
A presidenta Dilma Rousseff e Obama deverão assinar, pelo menos, dez acordos bilaterais. Um deles, que ainda não está totalmente fechado, define a cooperação econômica e comercial entre os dois países nos moldes da que o Brasil tem com a Suíça e da que os Estados Unidos mantêm com o Uruguai.
Por esse acordo comercial, serão abrandadas ou até mesmo eliminadas as barreiras sanitárias para produtos, como frutas e carne. Mas não há a disposição de suspender as tarifas que incidem sobre as mercadorias. Porém, estão em fase de conclusão os termos de parcerias para as áreas de energia, direitos humanos e desenvolvimento sustentável, além de pré-sal e mudanças climáticas.
No domingo (20), Obama deverá passar o dia no Rio de Janeiro. A assessoria do presidente norte-americano quer que ele visite uma comunidade onde há uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs). A tendência é escolher uma comunidade na zona sul da cidade. O presidente norte-americano também se prepara para participar de um evento público em que discursará. Mas ainda não foi definido o local.
Para fechar a programação e os detalhes da visita de Obama ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, viaja nos próximos dias 23 e 24 para Washington. Na visita, Patriota vai conversar com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e pode reunir-se também com o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o secretário do Conselho de Segurança (o equivalente à Casa Civil), Tom Millon.
Negociadores norte-americanos e brasileiros preparam a agenda de discussões. A ideia é que as reuniões se dividam em duas etapas: em uma delas, estarão presentes os presidentes e assessores. Da outra, participam apenas Obama e Dilma. Em geral, segundo assessores, as reuniões a sós entre chefes de Estado duram cerca de uma hora.
A comitiva de Obama ainda não está fechada. Mas a assessoria do presidente informou que virão ministros, assessores e empresários. Em conversas recentes, os dois governos indicaram que as prioridades incluem o uso de energia limpa e de recursos renováveis. Para os norte-americanos, é importante também ampliar as parcerias de projetos do pré-sal e ações de cooperação com os países pobres, em especial o Haiti.
Também estão na pauta de discussões as mudanças climáticas e propostas para o desenvolvimento sustentável, assim como a desvalorização da moeda americana – gerada por medidas unilaterais, inclusive por parte dos Estados Unidos, para o fortalecimento da economia interna -, que causa o desequilíbrio global.
Uma das preocupações nos Estados Unidos, segundo assessores, é que os investidores norte-americanos estão perdendo espaço para os chineses no Brasil. Atualmente a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Depois de visitar Brasília e o Rio, Obama segue para o Chile e El Salvador.