A Organização das Nações Unidas (ONU) vai enviar uma comissão de especialistas ao Egito para verificar a situação dos direitos humanos no país. Durante a série de manifestações nas principais cidades egípcias, houve denúncias de violação de direitos humanos, como agressão sexual, tortura e prisões indevidas. A estimativa é que mais de 300 pessoas morreram e 3 mil ficaram feridas nos protestos.
A alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que a salvaguarda dos direitos e liberdades individuais é crucial para o Egito para fazer uma transição bem-sucedida para a democracia. Segundo ela, as Nações Unidas aguardam a autorização, por parte das autoridades egípcias, para enviar a comissão ao país.
“A mensagem principal para o governo egípcio é a importância de as mudanças institucionais serem conduzidas com entusiasmo e sob os pilares da democracia e dos direitos humanos. Essas mudanças não devem ser aplicadas amanhã, no próximo mês ou no próximo ano, mas devem acontecer agora “, acrescentou o diretor de Operações da ONU, Anders Kompass.
Desde o último dia 11, quando o então presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou ao poder – após quase três décadas -, uma junta militar conduz o governo de transição. Os militares dissolveram o Parlamento, que era dominado pela base aliada de Mubarak, informaram que serão feitas reformas na Constituição e realizadas eleições presidenciais em setembro.
Porém, os manifestantes permanecem nas ruas de algumas cidades do Egito. A reivindicação é que o governo promova reformas que levem à melhoria da qualidade de vida no país a partir da elevação dos salários em várias categorias – dos policiais aos funcionários das fábricas.