Vinte e um cidadãos do Mali, da Costa do Marfim, Guiné-Bissau, República da Guiné e do Senegal foram detidos nessa quarta-feira (23) ao tentar desembarcar ilegalmente em Angola. O grupo foi detido em Cacuaco, às 3h, depois de uma denúncia anônima feita ao Serviço de Migração e Estrangeiros Angolano (SME).
Segundo o diretor do SME, Freitas Neto, grandes redes foram estruturadas em países vizinhos para levar cidadãos ilegalmente para Angola. Graças aos negócios do petróleo, Angola tem recebido vários investimentos estrangeiros nos últimos anos, que geraram grande número de novas construções na capital Luanda. A cidade reúne praticamente metade da população angolana e já não garante emprego para seus próprios habitantes.
As redes de imigrantes ilegais contam com o auxílio de funcionários do próprio SME. Nesta semana, uma agente foi surpreendida ao receber US$ 3 mil de um cidadão brasileiro que estava sem a documentação adequada. A funcionária foi detida. De acordo com o diretor, dez agentes já foram presos este ano.
Em Moçambique, mais de 400 cidadãos procedentes do Paquistão, de Bangladesh, da China e Índia aguardam o repatriamento alojados em um centro de formação de agentes alfandegários em Boane, nas proximidades da capital Maputo. Ainda não há previsão de quando serão embarcados de volta. Eles chegaram ao aeroporto de Maputo, procedentes da Etiópia, sem os documentos adequados.
Na última terça-feira (22), dez dos integrantes do grupo tentaram fugir, mas foram recapturados. De acordo com o comando da polícia, três policiais foram detidos recentemente, acusados de facilitar a fuga de três paquistaneses que aguardavam repatriamento. Os agentes teriam recebido suborno de 10 mil meticais – a moeda do país (cerca de R$ 540).