O governo do presidente da China, Hu Jintao, contestou hoje (1º) as críticas sobre a prisão de jornalistas estrangeiros, no último domingo (27), enquanto tentavam registrar uma manifestação em Pequim. Para as autoridades chinesas, a imprensa deve cooperar com o governo. Há acusações de uso de violência por policiais contra correspondentes internacionais, na Rua Wangfujing, no centro de Pequim.

Segundo o Clube dos Correspondentes Estrangeiros na China, jornalistas de 16 órgãos de informação sofreram “graves ingerências” por parte da polícia e alguns ficaram detidos quase quatro horas. Um dos casos mais violentos foi registrado contra profissionais da agência Bloomberg. Segundo relatos, um repórter foi agredido por cinco pessoas.

O jornalista da Bloomberg foi atendido em um hospital local. A Delegação da União Europeia na China demonstrou preocupação com a situação e exortou as autoridades chinesas a “respeitar os direitos dos jornalistas estrangeiros” que trabalham no país. A Embaixada dos Estados Unidos na China também condenou os incidentes.

“A polícia [está] tratando seriamente do caso [a série de acusações sobre as prisões de jornalistas estrangeiros]. Antes de a investigação estar concluída, ninguém tem o direito de fazer comentários”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Jiang Yu. “A polícia prestou, no local, uma razoável orientação e os jornalistas deviam compreender e cooperar”, disse ela.

Pelo segundo domingo consecutivo, mensagens difundidas pela internet, aparentemente inspiradas na “Revolução de Jasmim” no Oriente Médio e no Norte de África, convocavam as pessoas para as manifestações na região central de Pequim.

Em relação à ação dos policiais e da imprensa, a porta-voz do governo reiterou que todos devem “evitar incidentes”. “Se ambas as partes adotarem esta atitude podemos minimizar a ocorrência desse tipo de incidentes”, disse Jiang Yu.

A porta-voz disse que “a prolongada presença” de um “grande número” de jornalistas “afetava” o movimento “normal” na região, e afirmou que a polícia “usou os meios apropriados” para “manter a ordem”.