Após abandonar o governo do presidente da Líbia, Muammar Khadafi, ao renunciar ao cargo de ministro das Relações Exteriores líbio, Moussa Koussa será interrogado pela Justiça da Escócia. Koussa chegou ontem (30) a Londres. A Justiça quer ouvi-lo sobre o atentado de Lockerbie, em 1988, e a morte de uma policial, em 1984. A policial Yvonne Fletcher foi morta em frente à Embaixada da Líbia no Reino Unido.
Paralelamente, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, negou hoje (31) a possibilidade de a Justiça internacional oferecer imunidade a Koussa. Porém, segundo Hague, o ex-ministro líbio está “em um local seguro”, não está “detido”.
Koussa é suspeito de ter participado do atentado contra o avião da companhia norte-americana Pan Am, quando sobrevoava a cidade escocesa de Lockerbie. A explosão matou 270 pessoas. O único condenado pelo atentado, Abdelbaset Al Megrahi, foi libertado por razões humanitárias em agosto de 2009.
Para analistas internacionais, a renúncia de Koussa indica que o governo líbio está fragmentado, sob pressão e se desfazendo. Koussa foi chefe dos serviços de informação de 1994 a 2009, antes de assumir a chefia da diplomacia líbia.