Na tentativa de consolidar o diálogo entre os líderes políticos dos países árabes e ocidentais, encerrando impasses e polêmicas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) vai premiar no próximo dia 13 os artistas, com menos de 35 anos, que com sua atuação colaboram com o desenvolvimento da paz entre o Ocidente e o Oriente.
No grupo, há 20 artistas entre europeus, americanos, egípcios, iraquianos, marroquinos, argelinos, israelenses e libaneses. Aos vitoriosos será concedido o título de Jovens Artistas para o Diálogo Intercultural entre os mundos árabe e ocidental.
Os artistas são reconhecidos pelos trabalhos que desempenham na música, na dança, no teatro, na literatura, no cinema e na fotografia. O objetivo é incentivar iniciativas semelhantes. A premiação faz parte dos projetos estabelecidos pela Unesco e pela Aliança das Civilizações com financiamento do governo da Espanha.
A coordenação da Unesco já escolheu dez dos 20 artistas que serão selecionados para receber o prêmio. Os israelenses Ruti Sela e Amir Mayaan projetaram um programa desenvolvido nas áreas de conflito onde há disputa territorial – entre palestinos e israelenses. O marroquino que vive na Bélgica Sidi Larbi Cherkaoui é coreógrafo e dançarino e faz trabalhos desenvolvendo as duas culturas.
O italiano Federico Ferrone dirigiu e produziu filmes sobre a imigração no seu país com destaque para a contribuição da cultura estrangeira. A francesa de origem argelina Faiza Guen é escritora e escolhe temas que retratam a realidade dos norte-africanos que vivem nos subúrbios franceses, abordando os estereótipos e equívocos.
O fotógrafo francês JR faz trabalhos sobre a vida de israelenses e palestinos nas áreas de conflito. O trompetista libanês Ibrahim Maalouf combina os ritmos oriental e ocidental para trabalhar com artistas de várias nacionalidades. O músico egípcio Massar Egbari promove espetáculos nos quais tenta reunir artistas de diferentes nacionalidades.
A escritora norte-americana Betty Shamieh escreveu peças de teatro cujo foco são as relações interculturais incluindo os árabe-americanos. O pianista iraquiano Zuhal Sultan criou a Orquestra Nacional da Juventude do Iraque que trabalha com artistas ocidentais e orientais. O compositor holandês Merlijn Twaalfhoven lançou projetos na Jordânia, nos territórios palestinos, na Síria e na Holanda nos quais a música estabelece uma ligação e torna-se símbolo da paz.