O porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Rupert Colville, afirmou hoje (13) que cerca de 700 a 850 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da Síria durante as manifestações, deflagradas desde meados de março. Em mais um dia de protestos, os manifestantes voltaram hoje às ruas após as orações. Eles exigem a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad.
Há relatos indicando que, ao contrário dos outros dias, hoje as forças do governo foram mais comedidas. De Genebra, na Suíça, o porta-voz das Nações Unidas enviou uma mensagem ao governo Assad. “Nós, novamente, pedimos que o governo tenha moderação e pare de usar a força e prisões em massa para silenciar seus oponentes”, disse Colville.
Os protestos contra Assad, que está no poder há 11 anos, começaram no último dia 15 de março. Testemunhas e grupos de defesa dos direitos humanos acusam as forças de segurança sírias de abrir fogo contra os manifestantes usando munição real.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha estima que milhares de pessoas tenham sido detidas pelas forças de segurança na Síria. O governo, por sua vez, diz que está enfrentando “gangues de terroristas armados”.
Testemunhas contaram ainda que os agentes do governo costumam lançar bombas de gás lacrimogêneo e deram tiros para o alto para afastar a multidão, mas não dispararam diretamente contra os manifestantes.
Na cidade curda de Qameshli, no Nordeste do país, manifestantes levavam hoje uma grande bandeira com a palavra “Liberdade” estampada, em curdo. Hama e Homs são outras localidades onde a população saiu para protestar contra o presidente.
Na capital do país, Damasco, segundo testemunhas, foram feitas prisões durante um protesto no subúrbio de Douma. Na localidade de Daraya, a polícia usou gás lacrimogêneo contra os participantes. Na cidade de Deraa, os relatos indicam que as forças de segurança deram tiros para cima para dispersar a multidão. Deraa é um dos principais palcos de manifestações desde o início do levante.