O xeque egípcio Ayman Al Zawahiri sucederá o líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden, no comando da rede. A informação é atribuída a um comunicado divulgado hoje (16). A indicação de Al Zawahiri, braço direito de Bin Laden e considerado mentor dos ataques em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001, foi confirmada pelo comando-geral da organização em um site organizado pelo centro de mídia Al Fajr – o braço de comunicação da Al Qaeda.
Bin Laden foi morto por forças especiais norte-americanas em uma operação no Paquistão, no último dia 1º. Há menos de dez dias, Al Zawahiri fez declarações ameaçando os Estados Unidos, afirmando que Bin Laden continuará “aterrorizando” o governo e a sociedade americanos.
Zawahiri foi visto pela última vez na cidade de Khost, no Leste do Afeganistão, em outubro de 2001. Desde a invasão americana que derrubou o regime do Talebã naquele ano, passou a viver escondido.
Havia informações que ele estava escondido na região montanhosa perto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, com a ajuda de líderes tribais locais simpáticos à sua causa. Mas, com o assassinato de Bin Laden em Abbottabad, no Norte do Paquistão, o local do esconderijo deve ter mudado.
Al Zawahiri nasceu no Cairo em 1951. Cirurgião oftalmologista de formação, ele ajudou a fundar o grupo militante Jihad Islâmica Egípcia e foi um dos idealizadores da Al Qaeda. Alguns especialistas o definem como “cérebro operacional” por trás dos atentados de setembro de 2001. Na rede, ele ocupava a posição de número dois, atrás somente de Bin Laden. Era também o segundo na lista de “terroristas mais procurados” pelo governo americano, que continha 22 nomes.
Os Estados Unidos oferecem um prêmio de US$ 25 milhões pela captura de Al Zawahiri. Ele foi indiciado pelos Estados Unidos por seu papel nos ataques a bomba a embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, e condenado à morte à revelia no Egito por suas atividades com a Jihad Islâmica nos anos 90.
A mulher e os filhos de Zawahiri foram mortos em um ataque aéreo norte-americano no fim de 2001. Além disso, ele tem sido o mais proeminente porta-voz da Al Qaeda, aparecendo em 40 vídeos e gravações de áudio da organização desde 2003.
Em uma dessas mensagens atribuída a ele, divulgada em novembro de 2008, Zawahiri criticou o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, dizendo que ele havia traído suas raízes negras e muçulmanas.