O Exército sírio avançou neste sábado em sua ofensiva contra os manifestantes da oposição e invadiu com tanques uma aldeia síria na fronteira com a Turquia. Moradores e ativistas de direitos humanos dizem que as tropas dispararam indiscriminadamente contra a população.

Os chamados Comitês de Coordenação Locais na Síria informaram pelo site Facebook que os soldados entraram na manhã deste sábado no município de Badama, próximo à fronteira com a Turquia, e abriram fogo indiscriminadamente contra várias casas.

O grupo acrescentou que os militares, apoiados por seis carros de combate, dez ônibus dos serviços de segurança e dez veículos 4×4, impuseram um cerco total no povoado, situado na província de Idleb.

A rede opositora Sham y Newroz destacou que há “intensos disparos” cada vez que o Exército, os serviços de segurança e os “shabiha” (pistoleiros) entram nas aldeias sírias na fronteira com o território turco.

Segundo o grupo, os feridos são transferidos para o lado turco da fronteira.

Saria Hammouda, advogado que vive em Badama, disse que as tropas sírias queimaram ainda várias casas do vilarejo e prenderam dezenas de moradores.

Badama é um dos principais centros de fornecimento de alimentos e suprimentos para os mais de 10 mil refugiados sírios que fugiram da violência para acampamentos de refugiados no lado turco.

As informações não foram confirmadas pelo regime sírio e não puderam ser checadas de maneira independente, já que o governo do ditador Bashar Assad mantém ferrenho controle da imprensa e expulsaram inúmeros jornalistas internacionais.

Desde meados de março, a Síria vem sendo palco de revoltas populares que pedem a introdução de reformas políticas e a queda do regime, que por sua vez acusa grupos armados e uma grande conspiração internacional de estarem por trás dos protestos.