Em Túnis, na Tunísia, começou hoje (20) o julgamento à revelia do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali e da ex-primeira-dama Leila Trabelsi. Nessa primeira etapa, o julgamento envolve apenas parte das 93 acusações, como violação de direitos humanos e corrupção. Ben Ali é defendido pelo advogado libanês Akram Azouri.
Por 23 anos, o ex-presidente comandou o país e deixou o poder em 14 de janeiro, pressionado por manifestações populares e a comunidade internacional. Desde então, ele e a família se refugiaram na Arábia Saudita. O governo saudita não deu indicações, até o momento, que pretenda entregar Ben Ali e a mulher às autoridades da Tunísia.
Em carta, Ben Ali negou as acusações. O julgamento começou hoje, cercado por momentos de tensão, como a chegada dos magistrados à sala da vara criminal do tribunal, quando um homem aos gritos queixava-se de ter sido proibido de acompanhar o processo.
A imprensa da Tunísia classificou o julgamento de “histórico”. Um grupo de pouco mais de 50 pessoas se concentrou em frente ao Palácio da Justiça. Em meio aos manifestantes, havia favoráveis e contrários ao julgamento.
Ben Ali e Leila Trabelsi são acusados, entre outros crimes, de acúmulo suspeito de recursos e jóias – parte desse material foi encontrado em um palácio em Sidi Bu Said, perto de Tunes. O ex-presidente será julgado por terem sido localizadas armas e drogas em Palácio da Presidência, em Cartago. Por esse crime, ele pode pegar de 5 a 20 anos.