As experiências bem-sucedidas do Brasil nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, o Brasil sem Miséria e o Bolsa Verde, serão temas de um seminário hoje (24) em Roma, na Itália. Um grupo de cinco ministros e um secretário executivo do Brasil, liderados pelo chanceler Antonio Patriota, detalharão os projetos para integrantes dos países que integram a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

No seminário Cooperação Técnica Brasileira: Agricultura, Segurança Alimentar e Políticas Sociais, o país se
destaca pelos esforços feitos nos últimos anos para a erradicação da miséria e o combate à fome. Os temas vão desde os programas de transferência de renda até as ações relativas à agricultura familiar e incentivo à agricultura para pequenos proprietários, aos mecanismos de preservação e estímulo ao meio ambiente e ao desenvolvimento tecnológico.

“O nosso objetivo é compartilhar e ampliar as parcerias, além das que já mantemos atualmente. A ideia é discutir o aperfeiçoamento dos mecanismos de cooperação”, disse à Agência Brasil o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa.

O seminário vai durar o dia inteiro e reúne uma série de discussões setoriais, segundo o secretário. “Um dos projetos que vamos detalhar é o Bolsa Verde, lançado recentemente, que pretende incentivar que as comunidades rurais atuem no reflorestamento das regiões onde vivem”, disse Paes de Sousa, referindo-se ao projeto de tranferência de renda para as famílias que participarem do programa, por meio do repasse de R$ 300 a cada trimestre.

Apenas o MDS tem acordos de cooperação com 32 países, principalmente da América Latina, África e Ásia. Segundo Paes de Sousa, o objetivo é fechar mais dez parcerias até dezembro. Com isso, o governo brasileiro cumpre uma de suas metas que é ampliar os efeitos dos projetos executados no Brasil para o exterior.

De acordo com Paes de Sousa, vários progamas brasileiros servem ainda de base de estudos e referência no Banco Mundial (Bird), que organiza um plano internacional para a próxima década. O foco do banco é a renovação das estratégias de atuação nas áreas de proteção social e trabalho.

Também é alvo de elogios das autoridades estrangeiras o Brasil sem Miséria. O Brasil é o único país latino-americano cujos projetos sociais são tomados como referência para a execução de um plano mundial.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) vai trabalhar em parceria com o MDS e os institutos de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na análise dos indicadores sobre extrema pobreza elaborados pelo governo. A ideia é incentivar a cooperação econômica entre os 48 países integrantes.