Às vésperas de enfrentar um julgamento no Egito, o ex-presidente do país Hosni Mubarak, de 83 anos, negou ter ordenado às forças de segurança para atirar na direção das pessoas que protestavam contra seu governo, nos 18 dias de manifestações no país. Mubarak será julgado pelas denúncias de uso de violência e ordens de repressão contra os manifestantes. Após a onda de protestos, ele renunciou ao cargo, em 11 de fevereiro.
Mubarak disse que se esforçou para evitar a violência. Mas organizações não governamentais rebatem a afirmação do ex-presidente informando que cerca de 900 manifestantes foram mortos durante os protestos – de 25 de janeiro a 11 de fevereiro.
O ex-presidente negou também as acusações de corrupção. De acordo com ele, a conta no exterior mantida em seu nome e com elevadas quantias se destinava à construção e manutenção de uma biblioteca na cidade de Alexandria. Segundo Mubarak, foi feito o depósito no exterior para evitar que o dinheiro fosse utilizado para outros fins.
Paralelamente, a União Europeia (UE) anunciou que vai aumentar o repasse financeiro para o Egito, no valor de 7 bilhões de euros, nos próximos três anos, com o objetivo de colaborar para o processo de transição no país. “Se [o Egito] prosseguir nesse caminho, o exemplo egípcio dará alento a outros para garantir a sua liberdade”, disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Ele também anunciou o lançamento, em setembro, de um fundo de 350 milhões de euros destinado à concessão de subsídios para projetos ligados à democratização e ao crescimento econômico do Egito.