Testemunhas informaram que pelo menos 28 pessoas morreram ontem (13) na cidade portuária de Latakia, na Síria, durante uma ofensiva militar. A região vem sendo palco de manifestações contrárias ao governo do presidente Bashar Al Assad.
Um morador de Latakia disse que observou de cima de um telhado a ofensiva do Exército em duas áreas residenciais da cidade. Segundo ele, as áreas foram atingidas por tiros de metralhadora e por disparos que partiram de tanques e dos navios de guerra. De acordo com outra testemunha, havia navios ao redor da cidade.
Vários moradores disseram que estão fugindo da cidade. A emissora de televisão estatal da Síria, no entanto, negou que Latakia estivesse sob cerco de navios militares. Os relatos não podem ser confirmados de maneira independente, já que o governo sírio proíbe a entrada de jornalistas estrangeiros.
Além dos 28 mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas na ofensiva militar, segundo as testemunhas.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA, sigla em inglês) informou que diversas pessoas morreram em um campo de refugiados palestinos em Latakia, depois que o local foi metralhado.
Ativistas dizem ainda que, anteontem (13), nove pessoas haviam morrido em ofensivas do regime de Assad em diversas cidades do país, incluindo Latakia. A Organização das Nações Unidas (ONU) e entidades de defesa dos direitos humanos calculam que mais de 1,7 mil pessoas tenham sido mortas nos seis meses de protestos contra o governo sírio.
A Organização da Cooperação Islâmica, entidade que reúne 57 Estados, pediu que a Síria interrompa imediatamente o uso da força contra manifestantes civis. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu anteontem um comunicado em conjunto com o rei Abdullah, da Arábia Saudita, pedindo o fim da repressão aos cidadãos sírios.
Uma declaração divulgada pela Casa Branca destaca que os dois chefes de Estado expressaram “profunda preocupação” com a situação síria, durante uma conversa por telefone.
Há relatos de presença de tropas pró-Assad em diversas cidades sírias, como Hama, Homs, Damasco, Deir Al Zour, Aleppo e Idlib, além de Latakia.