O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, apelou hoje (27) aos empresários alemães para que ajudem seu país a enfrentar a atual crise da dívida. Em visita a Berlim, Papandreou tenta convencer os alemães, que estão entre os maiores credores da Grécia, que o financiamento da recuperação grega trará retorno e que o país pagará suas dívidas.
“Será um investimento em uma Grécia diferente, que confronta problemas ignorados por décadas”, disse Papandreou. “Posso assegurar que seu investimento na Grécia não nos manterá presos ao passado. É um investimento para levar a Grécia ao futuro.”
O governo da Grécia prepara um anúncio, ainda para esta semana, de um pacote de privatizações. O objetivo é buscar alternativas para o endividamento do país que enfrenta pressões dos credores que cobram reformas estruturais. A dívida da Grécia está em torno de 350 bilhões de euros, segundo dados oficiais.
Segundo o primeiro-ministro, estão sendo feitos esforços para reduzir os níveis de endividamento e implementar reformas em busca da competitividade. Papandreou disse que na reunião com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, serão discutidos os progressos e esforços do governo grego.
Até o final desta semana a Alemanha votará pela aprovação ou rejeição de um projeto cujo intuito é estender os poderes de um fundo europeu de resgate (EFSF, ou European Financial Stability Facility). Com essa medida, o fundo poderia comprar títulos da dívida de países com altos déficits e de bancos com pouco capital.
A União Europeia examina um plano de recuperação para as economias em perigo e a Grécia é um dos focos. A previsão é que o projeto seja concluído em seis semanas. A proposta deve reunir estímulos, via fundo europeu de resgate, fortalecimento dos bancos europeus expostos às dívidas soberanas dos países e um possível calote parcial e controlado da Grécia.
Nas principais cidades gregas uma série de protestos e anúncios de paralisações marca o dia de hoje. Sindicatos e organizações ligadas a partidos políticos, de diferentes linhas ideológicas, apoiam as manifestações. Em decorrência dos atos, o trânsito está caótico nas ruas de Atenas com longas filas de automóveis, pois funcionários do metrô e das companhias públicas de ônibus também estão em greve. Funcionários da Receita Federal e da alfândega, além de policiais, também anunciaram paralisações.