A Federação Internacional de Futebol (Fifa) não vai abrir mão da venda de cerveja nos estádios onde serão disputados os jogos da Copa do Mundo de 2014, competição que tem a cerveja Budweiser, da cervejaria InBev, como um dos patrocinadores. O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, desafiou hoje (8) os deputados da Comissão Especial que analisa o projeto da Lei Geral da Copa a provar que a venda de cerveja causou algum tipo de problema relacionado à violência nas copas da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010).

“A Fifa não está aqui para embebedar as pessoas”, disse o executivo da Fifa. Mas ele ressalvou que a venda de cerveja nos locais dos jogos só será permitida em copos de plástico. Latas e garrafas serão proibidas.

Para demonstrar que a liberação do comércio e consumo de cerveja nos estádios não será uma exceção no Brasil, o secretário-geral da Fifa disse que a Rússia, “que tem uma legislação a respeito [do comércio e consumo de bebidas alcoólicas] muito mais rigorosa que a do Brasil”, e o Qatar “que, por questões culturais e religiosas, não permite bebida alcoólica no país”, serão os próximos países-sede da Copa, depois do Brasil. Os dois países entenderam que, segundo Valcke, a copa é um evento particular e especial, razão pela qual concordaram com a exigência da Fifa para liberar a cerveja nos locais de jogos.

Quanto às críticas feitas ao texto do projeto sobre a proibição, nas imediações dos estádios, do comércio de qualquer produto que não seja de responsabilidade de associados da Fifa, Valcke explicou que a medida é necessária para “proteger os parceiros” da federação. Ele garantiu que também não será permitida a propaganda de qualquer produto que não seja autorizado pela Fifa nos estádios. “Temos que receber os estádios limpos de qualquer propaganda para usá-los durante 30 dias”.