A reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) entrou pela madrugada de hoje (1º) em clima tenso, envolvendo o debate sobre a possibilidade de aumentar o rigor nas sanções ao governo da Síria liderado pelo presidente Bashar Al Assad. Norte-americanos e europeus defendem a elevação do tom em relação a Assad, mas o governo da Rússia, aliado tradicional dos sírios, é contrário.
O primeiro-ministro do Catar, Hamad Bin Jassim Al Thani, abriu a reunião e defendeu a imposição de mais rigor a Assad, a quem classificou como “máquina de matar”. Os Estados Unidos enviaram a secretária de Estado, Hillary Clinton, para participar das discussões. Hillary acusou Assad de instalar um “reino de terror” na Síria.
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, condenou o que chamou de “silêncio escandaloso” da Organização das Nações Unidas . Segundo ele, a ONU tem de “assumir suas responsabilidades em relação ao sofrimento do povo sírio”.
Para o chanceler russo, Sergei Lavrov, a imposição de sanções levará os sírios a um estado de guerra civil. Lavrov criticou a proposta de americanos, europeus e árabes, de pedir a renúncia de Assad.
Apenas ontem (31), segundo ativistas de direitos humanos, 37 pessoas morreram durante embates entre agentes de segurança do governo e manifestantes. Os ativistas disseram que entre as vítimas estavam duas crianças e cinco soldados, que desertaram do Exército sírio. Também há relatos de fortes explosões na cidade de Rankous e de prisões.
A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas morreram nos dez meses de conflitos na Síria. Há ainda informações sobre torturas e prisões, além de crimes envolvendo abusos sexuais e crianças. Assad nega as acusações e diz que o governo apenas ataca os terroristas que agem no país.