O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a concessão de empréstimo, no valor de 529,5 bilhões de euros, a 800 bancos europeus. A operação é considerada um recorde e é a segunda ação de financiamento de longo prazo feita pela instituição. O objetivo é atenuar as tensões sobre o financiamento e dar liquidez aos bancos – que poderão se beneficiar desse empréstimo a taxas reduzidas, reembolsável em três anos.

Para a operação, sete países da zona do euro aceitaram que seus bancos dessem garantia de ativos. São créditos para empresas e organismos do setor público, com exceção dos empréstimos imobiliários, operações cujo risco de inadimplência seja igual ou inferior a 1%. A flexibilização favoreceu a participação de bancos que tinham dificuldade em fornecer garantias suficientes.

Em dezembro de 2011, 523 bancos puderam se beneficiar de uma injeção de 489 bilhões de euros feita pelo BCE. Desta vez, mais estabelecimentos participarão da ação, pois as condições para recorrer ao empréstimo foram flexibilizadas em sete países, entre eles a França, Itália e Espanha

O presidente do BCE, Mario Draghi, pediu aos bancos que apoiem o crescimento econômico por intermédio de empréstimos feitos a particulares e empresas. No entanto, os fundos repassados aos bancos na primeira ação de dezembro foram utilizados para reembolsar dívidas que venciam e não para o aumento do crédito.
 
Há informações que os bancos espanhóis se aproveitaram da primeira leva de empréstimo para comprar títulos da dívida pública do país – um total de 23,1 bilhões de euros foi adquirido apenas no último mês. Há indicações que bancos italianos fizeram o mesmo ao adquirir 20,6 bilhões de euros.

Especialistas, como o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, membro do Conselho do BCE, temem que a oferta generosa de crédito possa ter consequências nefastas no futuro, como o risco de inflação.